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História de Templos Antigos
TEMPLO (do latim: templum) é o edifício consagrado a um culto religioso e, figuradamente, significa lugar respeitável, lugar sagrado; locais onde Lojas maçônicas celebram sessões. Um templo maçônico, por definição, é um lugar respeitável, uma vez que a Maçonaria não é um culto religioso.
No início de sua história mística o homem usava, para as suas orações, o alto das montanhas, ou o refúgio sob as árvores de bosques e florestas. Os templos só surgiram na época em que, nos locais tradicionalmente destinados ao culto religioso, foram murados para proteção, permanecendo descoberta a parte de cima, para que, de seu interior, fosse possível ver os céus, já que, desde os primitivos tempos, considera-se que é nos céus que residem os deuses. E isso não é estranhável, quando se considera que os primeiros deuses da humanidade eram os astros visíveis no firmamento (Sol, Lua, Mercúrio, Marte, Vênus, Júpiter e Saturno).
Os primeiros templos surgiram na Mesopotâmia, "terra entre rios", situada entre os rios Tigre e Eufrates, mais precisamente entre os sumerianos, por volta do IV milênio A .C., atingindo o seu apogeu na época dos babilônios. Os primitivos templos mesopotâmicos, feitos de tijolos secos ao sol, eram bastante simples, tendo a estátua do deus contra a parede do fundo e cercada pelas demais paredes, sem teto. Os mais importantes templos, todavia, foram os da Babilônia, que eram em forma de zigurate; o grande templo era o do deus Marduc chamado de Esaguil, "casa do teto alto", flanqueado, ao norte, pela torre em degraus, o zigurate, chamada Etemenanqui, "templo dos fundamentos dos Céus e da Terra", e conhecida pelo nome de "Torre de Babel", cuja base era um Quadrado de 91 metros de lado e cuja altura também era de 91 metros, Essa torre, destruída pelo rei assírio Senaqueribe, foi refeita por Nabopolassar e seu filho Nabucodonosor, que se fizeram representar em avental, tendo, ao ombro, um cesto de tijolos.
Os templos egípcios, que surgiram depois, tiveram sua expressão maior no Novo Império (a partir de 2.2 (NI A. C.) aproximadamente) e obedeciam a um esquema invariável: havia uma alameda processional, cercada, de cada lado, por ume fileira de esfinges, conduzindo à porta de acesso, situada entre suas colunas e através da qual se chegava a um pátio interno e, em seguida, ao santuário. Os templos egípcios eram a representação da Terra, da qual brotavam as colunas, como gigantescos papiros, em direção ao céu estrelado (no início, o próprio céu, nos templos descobertos; depois um teto imitando a abóbada celeste).
Os templos egípcios e babilônicos influenciaram, evidentemente, os templos hebraicos, inclusive o lendário grande templo de Jerusalém, ou templo de Salomão, que viria a ser o arquétipo das igrejas.
Mas foi com os gregos que a construção de templos tornou-se a mais alta expressão da arquitetura antiga, desenvolvendo, nela, formas e estilos que refletem, de maneira objetiva e exemplar, a essência da antiga arte de construir.
Influenciando todas as culturas posteriores, o templo grego é, essencialmente, a habitação do deus. O seu núcleo é a cela, erigida para o deus e para a sua presença em forma de imagem; com a configuração de um retângulo alongado e uma larga porta aberta num dos lados menores, a cela tem a estrutura fundamental da casa grega, o megaron. A forma básica do templo grego, determinado por um eixo longitudinal e desenvolvendo-se, equilibradamente, a partir deste eixo, adquire, mais tarde, isso de maneira secundária em relação à sua finalidade, uma orientação, segundo a qual a porta do Leste, ou Oriente, dá acesso à cela, de maneira que a imagem cultual do deus apareça, em frente a ela, a Oeste, ou Ocidente. Com equilíbrio, o recinto interior é dividido por duas filas de colunas interiores em nave central, ampla e dominante, e duas naves laterais, mais estreitas, de cada lado. O megaron tem um vestíbulo, constituído pelo prolongamento das paredes mais compridas do quadrilátero, que são reforçadas na Parte anterior, "antas", tendo, entre elas, duas colunas e formando o átrio.
Esse tipo de construção viria a ser fundamental nas religiões posteriores à época da antiga civilização grega e pode-se afirmar, também, que embora a História maçônica registre que o templo maçônico tem, como arquétipo exclusivo, o templo de Jerusalém, ele, na realidade, mostra, para a sua concretização, a contribuição de diversas civilizações, principalmente a grega, não só no seu arcabouço, no seu continente, mas, também, na sua decoração, no seu conteúdo. A imagem do deus, que, no templo de Jerusalém, era substituída pela Arca da Aliança e, nas igrejas, pelo altar-mor, no templo maçônico é substituído pelo símbolo da divindade, ou da sabedoria: o Delta Radiante, ao qual não se presta culto, mas respeito, apenas, pois a Maçonaria não é um sistema religioso e os seus templos não abrigam, especificamente, nenhuma religião.
Amálgama, portanto, de diversas contribuições das antigas civilizações e de agrupamentos medievais, os templos maçônicos merecem um estudo à parte, dentro da pesquisa relativa ao grande conjunto de Ciências Humanas e Exatas que é a Maçonaria.
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